sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Salvador Dalí e a guerra do Vietnã.

Em uma de minhas várias visitas ao site Por Acaso, encontrei um post que descrevia a opinião do pintor e escultor surrealista Salvador Dalí sobre a guerra do Vietnã:
"Eu não sou a favor da Guerra do Vietnã, mas a favor de todas as guerras. A guerra é uma empresa saudável, gloriosa. Faz com que os homens sonhem, traz à tona paixões recalcadas, é uma época de esperanças e grandes ilusões. Com isso, com sua intensidade, faz com que a arte, a ciência e as idéias se desenvolvam. Do ponto de vista erótico, as guerras desencadeiam impulsos reprimidos e estimulam a sensibilidade das pessoas. E veja: além de tudo, se houvesse paz o tempo inteiro, nós seríamos vítimas de uma mortal monotonia."
Gostaria de aproveitar para saber a opinião dos leitores do EvolutionBody a respeito deste assunto... Nos comentários, é claro! Logo abaixo encontra-se uma galeria com algumas pinturas de Salvador Dalí, caso alguém ainda não conheça seus trabalhos:

6 comentários:

  1. Dalí era um gênio! A qualidade e complexidade de sua obra são indiscutíveis. Quanto à sua opinião acerca das guerras, ele conseguiu traduzir a essência violenta do ser humano com uma simplicidade brutal! Tá certo que as gueras vêm se modernizando desde os tempos de Dalí, mas o propósito delas é o mesmo: ninguém entende realmente o motivo pelo qual elas foram desencadeadas, e geralmente quem declara a guerra dificilmente combate nela.
    Além disso, a guerra é uma das formas mais eficientes de controle populacional, tal qual as grandes epidemias. Vc já parou pra pensar quantos habitantes teria o planeta hoje, se não tivessem morrido milhões de pessoas nas duas Guerras Mundiais, no Holocausto, pela peste negra e pela gripe espanhola? Certamente o problema da escassez de água, alimentos, poluição e aquecimento global estariam bem mais avançados.
    As guerras e epidemias também são uma forma de seleção social que diminui sensivelmente a pobreza, já que os despossuídos são os primeiros a serem convocados para a frente de batalha ou a serem atingidos pelas epidemias, e acabam morrendo. Parece cruel, mas essas tragédias são grandes instrumentos de controle social, e boa parte das nações desenvolvidas devem sua riqueza e a alta qualidade de vida de que desfrutam hoje às carnificinas do passado.

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  2. Quando vi que já haviam comentado pensei: "Aff, aposto que é alguém falando que guerra é um horror, e blá, blá, blá". Bom que não. =]

    Concordo com a Gisleine! Por isso que hoje tantas pessoas morrem de cânceres e doenças que, até algum tempo atrás, "não existiam". A população precisa ser reduzida de alguma forma.

    E, não sei vocês, mas acho guerras tão... interessantes. ;)

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  3. Opa! Pelo visto este post resultou em comentários interessantes... Que bom!

    Eu pessoalmente já concordo mais com a parte em que ele fala que afloram os mais reprimidos desejos. Todos amam mais, odeiam mais, etc! E isso acaba criando espaço para novas formas não só de arte, mais de tantas outras coisas que anteriormente eram vistas como inconcebíveis!

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  4. Poxa, eu sou totalmente contraria a opinião de Dalí, ainda que ele seja um genio na pintura (embora eu ache que há outros bem maiores) eu não consigo concordar, nem mesmo entender muito bem o raciocinio dele, eu estudei museologia por quatro anos, e uma coisa que fica claro na Historia da Arte é que nenhuma forma de arte resiste a guerra. Todas as formas de pintura de vanguardas eram situadas na Europa até justamente ela ser invadida pela guerra, então o foco criativo se mudou para os EUA gerando nomes muitos expressivos como Pollock e Duchamp
    Claro que a pintura da guerra existe, mas a criatividade é muito maior onde há paz

    Mil bjos, bom restinho de fds!

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  5. Flá: vendo por este prisma, com certeza tmb faz sentido, realmente. Como quase tudo na vida, tem seus lados positivos e negativos. Creio que a intenção dele com esse comentário era tentar suavizar um pouco o ar de catástrofe e tragédia que a guerra causa nas pessoas (com razão, claro). Sem contar que de "normal" ele e suas opiniões não tinham nada, rs...

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  6. Não concordo que a criatividade aflora em tempos de paz. Paz é calmaria, e a calmaria traz acomodação, faz as pessoas desacelerarem e terem mais cautela em seus atos, pois temem o que acontecerá com elas no futuro.
    Já em tempos de guerra e calamidade vive-se o momento, porque a possibilidade de futuro é remota e por vezes improvável. Parece que tudo fica veloz e superlativo: as pessoas passam a ter urgência de viver!
    Pra quem gosta, há um cena no filme Nosferatu, versão de Werner Herzog, em que pessoas se reúnem para um último banquete em plena rua: a comida é farta, elas usam suas melhores roupas, pois sabem que em breve serão ceifadas pela peste. Ou seja: aproveitam ao máximo o tempo que lhes resta.
    Não sei até que ponto é válido sacrificar o presente tentando garantir um futuro que pode não existir.

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